Histórico familiar: porque é importante conhecer?

08 março, 2018     Um comentário     tech_4dmin

Elis Regina cantava que “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, enquanto muitos de nós podem identificar os traços exatos de fisionomia ou personalidade que são iguais aos de nossos progenitores ou outros elementos de nossa árvore genealógica.

Ter coisas em comum com quem veio ao mundo antes da gente é ótimo, na maioria das vezes, mas também pode chamar a nossa atenção para fatos nem tão interessantes assim que vão passando de uma geração para outra.

Um deles é o histórico de doenças que são comuns na família, desde a época dos nossos ancestrais até os dias atuais. Nós não podemos escolher o que herdamos dos nossos pais: recebemos nossas características hereditárias como um pacote fechado quando somos gerados.

Conhecer o histórico de saúde familiar é muito importante para prevenir o aparecimento de algumas doenças – ou tornar mais fácil tratá-las, através de um diagnóstico mais rápido e preciso. No caso das enfermidades oculares, esse tipo de conhecimento é ainda mais urgente, pois muitas das doenças que conhecemos hoje são hereditárias ou têm um fundo genético, familiar.

E estamos falando de coisas simples, desde uma miopia, até as mais complexas, como o glaucoma.

Doenças oculares hereditárias

A miopia é uma doença ocular de fácil diagnóstico, inclusive na infância, e que pode ou não apresentar fatores hereditários. Isso significa que uma pessoa pode apresentar dificuldade de enxergar de longe porque seus pais também têm defeito de grau ou porque o gene que o condiciona esteve dormente por várias gerações até chegar na dela – fazendo parecer que ela é a primeira pessoa da família a necessitar de óculos.

O diagnóstico da miopia é feito durante visita de rotina ao oftalmologista e, em alguns casos, a cirurgia corretiva é uma solução viável e prática. Mas, além dela, existem outras doenças hereditárias, um pouco mais complicadas, que devem ser diagnosticadas o quanto antes para o bem estar do paciente e a longevidade de uma vista saudável.

São elas:

  1. Daltonismo

Conhecida pelo nome científico de discromatopsia, o daltonismo – ou a incapacidade de diferenciar algumas cores, usualmente o vermelho, o verde e o azul em suas diferentes tonalidades – é uma falha do cromossomo X, transmitido pela mãe. Há vários tipos de daltonismo.

O daltonismo é raro nos homens (estima-se que atinja 5% da população) e ainda mais raro em mulheres (0,5% da população), mas pode acontecer em famílias que já têm histórico da doença.

Não há cura para o daltonismo, e nem tratamento, mas o quadro não evolui – e as pessoas que não diferenciam as cores não se sentem incomodadas porque já nasceram com o problema, o que faz esta situação parecer natural para elas. Contudo, é uma doença que precisa ser informada para órgãos emissores de carteira de motorista e médicos do trabalho.

  1. Retinose Pigmentar

Uma das principais doenças da retina, a retinose pigmentar, é uma degeneração dos fotorreceptores da retina, que são as células sensíveis à luz, afetando a forma com que os olhos processam a imagem, até que a visão seja danificada ao longo do tempo – apesar de não causar, de fato, cegueira absoluta, mas sim cegueira legal.

Como se trata de uma doença ocular hereditária, é bom informar o histórico familiar de retinose ao oftalmologista para que ele esteja alerta para esta possibilidade, porque nem sempre é de fácil diagnóstico.

  1. Glaucoma

Uma das doenças oculares mais temidas, o glaucoma também apresenta fatores hereditários.

Ele pode ocorrer como doença única, mas pode também ser causado por outros problemas oculares, como traumatismos, inflamações, alterações vasculares, após cirurgias. Além destas formas adquiridas, o glaucoma pode ainda ser congênito, ou seja, já se apresentar ao nascer. Esta forma congênita é de maior gravidade.

O problema do glaucoma é que ele fica anos assintomático e, por isso, frequentemente, quando é diagnosticado já está avançado e mesmo com o tratamento o dano que já ocorreu será irreversível.

Se tiver histórico de glaucoma na família, informe isto na primeira consulta ao oftalmologista. Assim, ele ele ficará mais alerta e atento para os sinais mais precoces da doença. Vale lembrar que pessoas sob suspeita de glaucoma devem visitar o oftalmologista regularmente e, preferencialmente, pelo menos duas vezes ao ano.

Para evitar o diagnóstico tardio de qualquer uma dessas doenças oculares – e tantas outras mais – a principal dica é visitar o oftalmologista com frequência. Se existem casos na família, de qualquer doença que seja, você não precisa esperar os primeiros sintomas se manifestarem para procurar seu médico.

Lembre-se sempre: quanto mais cedo for feito um diagnóstico, mesmo que desapontador, mais fácil se torna o tratamento – e maiores são as chances de controle ou cura.


Uma resposta para “Histórico familiar: porque é importante conhecer?”

  1. Bom dia meu nome é Patrícia sua portadora de retorce pigmentar eu descobri minha retinose faz dois anos mas infelizmente eu já tô cega totalmente como faço para curá-la.
    Sei que a retinose pigmentar ela é lenta mas no meu caso eu não sei se ela foi devastadora rapidamente ou se eu já tinha se eu já tinha te contado desde a infância e não sabia porque eu me considerava muito destrambelhada então fica a dúvida porque eu fazia exames normais de visão só não avançado fazer quando realmente já tinha perdido o esquerdo e o direito tava totalmente quase comprometida

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